quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sobre as 4 Gerações da Avaliação

A conceptualização que o Homem faz dos modelos sociais em que se insere é a matriz a partir da qual se desmultiplicam as interpretações dos componentes dos diversos subsistemas. O entendimento sobre a função da escola na sociedade é a premissa à volta da qual se elabora todo um construto teórico, de cariz filosófico, sociológico, pedagógico e psicológico, que determina vincadamente toda a míriade de factores conexos ao universo do ensino.


A avaliação, enquanto “subsistema” do entorno conceptual da Escola e do Ensino, é também ela alvo das flutuações interpretativas da função social das estruturas educativas e das componentes psicológica da aprendizagem.


Pinto & Santos (2006) apresentam a classificação e a análise de Guba e Lincoln sobre as principais correntes da avaliação que desde finais do século XIX marcaram a sociedade em geral e o mundo da educação em particular. Identificam-se quatro grandes “gerações educativas”: 1- A avaliação como medida, de cariz normativa e de controlo (finais séc. XIX e início séc. XX); 2- A avaliação como confluência de objectivos e desempenhos, de carácter desenvolvimentalista (anos 60); 3- A avaliação como julgamento de especialistas, de carácter tecnocrata (anos 70/80); 4- A avaliação como interacção social, de carácter holístico (anos 90).


A sequência temporal em que estas “gerações de avaliação” surgem não correspondem a uma compartimentação exclusiva da sua aplicação, ou seja, quando um novo modelo avalitivo se afirma não implica a anulação total do anterior, pelo contrário, a tendência é para a existência de sistemas de avaliação que entrecruzam aspectos de diferentes correntes avaliativas.
Importante será também realçar a relevância que o factor geográfico tem na interpretação destas correntes de avaliação. Falar dos anos 50 nos Estados Unidos não é o mesmo que falar nos anos 50 na Europa e, muito menos, em Portugal. Interpretar o fenómeno educativo e avaliativo em Portugal da actualidade implica uma análise dos constructos teóricos dos anos 70 dos Estados Unidos e de finais dos anos 80 e dos anos 90 de França. Esta décalage temporal não é de sumenos importância para a acabal compreensão da dinâmica educativa e avaliativa.

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